sexta-feira, 15 de abril de 2011

MENINO EVANGÉLICO ORA E É POUPADO DA MORTE

Notícias
Mateus Moraes, 13 anos, orou, pediu para não ser morto e ouviu do assassino dos colegas: 'Fica tranquilo que não vou te matar'
Mateus Moraes, 13 anos, foi talvez o único aluno que teve a clemência do atirador Wellington Menezes, na Escola Municipal Tasso Vieira, em Realengo. Enquanto o criminoso disparava, frio e impassível contra seus colegas, Mateus orava perto do quadro negro, sem ser incomodado, na sala 1801, no primeiro andar do prédio da escola.

“Eu estava em pé e era um dos mais nervosos. Pedi para ele não me matar, e ele disse: ‘Fica tranqüilo que não vou te matar.’ E não atirou em mim”, contou o menino.

Uma possível explicação, acredita Mateus, é o fato de que ele ficou o tempo todo orando. Fiel da Igreja Assembleia de Deus, o menino atribui a uma força superior o fato de ter saído vivo do ataque. “Deus me protegeu.”

O atirador andava calmamente pela sala, disparando contra as crianças, principalmente na cabeça e no tórax.

De acordo com a Polícia Militar, Wellington invadiu a instituição de ensino por volta das 8h e disparou contra alunos. A direção da escola informou que o homem – que era um ex-aluno – se passou por um palestrante para entrar na instituição de ensino. Ao chegar ao local, primeiro ele teria procurado uma professora que já tinha lhe dado aula no passado. Como não a encontrou, subiu para o primeiro andar, foi em duas salas do oitavo ano do Ensino Fundamental e efetuou disparos.

Fonte: IG
 

WWF Brasil -

WWF Brasil -

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Estimulando a curiosidade

By Stephen Kanitz

Durante a estada de Richard Feynman no Brasil - um dos poucos ganhadores do Prêmio Nobel que o Brasil pôde conhecer de perto -, os alunos pediram a ele que desse uma aula sobre nossos métodos de ensino na área da física. Feynman pegou cinco ou seis livros de física adotados pelo MEC naquela época e um mês depois disse que só daria aquela aula no último dia de sua permanência no país.

No dia fatídico, dezenas de professores de física se reuniram para ouvir sua palestra. Essa história é contada por ele no livro Deve Ser Brincadeira, Sr. Feynman.

Começou assim a palestra: "Triboluminescência, diz no livro de vocês, é a propriedade que certas substâncias possuem de emitir luz sob atrito". E mostrou como nossos livros apresentavam a matéria pronta, incentivavam a decoreba, eram essencialmente chatos e confusos. Isso foi escrito há trinta anos, mas, pelas queixas dos alunos, nossos livros de física não melhoraram tanto quanto deveriam.

Segundo Feynman, um livro americano abordaria a questão de forma um pouco diferente. "Pegue um torrão de açúcar e coloque-o no congelador. Acorde às 3 da manhã, vá até a cozinha e abra o congelador. Amasse o torrão de açúcar com um alicate e você verá um clarão azul. Isso se chama triboluminescência."
Não sei se ficou clara a diferença que Feynman tentava demonstrar, nem sei se os livros didáticos americanos continuam os mesmos, mas basicamente nossos métodos de ensino apresentam muita informação e teoria em vez de despertar a curiosidade.

Criamos alunos tão bem informados que no Brasil inteligência virou sinônimo de erudição. Inteligente é quem sabe muito, quem repete as teorias e conclusões dos outros. Um dia ele poderá até ter opinião própria, mas será difícil se ninguém estimular sua curiosidade.
Sem dúvida, toda sociedade precisa de pessoas eruditas, aquelas que sabem os caminhos que já foram percorridos. Erudição não mostra necessariamente inteligência, mas demonstra que a pessoa tem boa memória.

No mundo moderno, em constante mutação, inteligência quer dizer outra coisa. Significa enxergar o que os outros (ainda) não vêem. Isso é próprio de pessoas criativas, pesquisadoras, curiosas, exploradoras, que encontram soluções para os novos problemas que temos de enfrentar.

O método de ensino eficaz, segundo Feynman, deveria formar indivíduos curiosos. O objetivo final de uma aula teria de ser formar futuros pesquisadores, e não decoradores da matéria. O que mais o espantou é que nosso ensino de física e química é muito superior ao americano, algo que todo brasileiro já sabe. Mesmo assim, notou Feynman, o Brasil produz menos físicos e químicos que os Estados Unidos.

A hipótese que ele levanta é o método de ensino. Damos muita teoria e informação, mas ensinamos pouco como usar as informações aprendidas. Por sua vez, os americanos sabem e aprendem muito menos teoria, mas devotam mais tempo aprendendo como usar a informação apresentada, sob todos os ângulos.

Suspeito que essa seja a razão de nosso péssimo desempenho nos testes internacionais administrados pelo Programa Internacional de Avaliação Estudantil (Pisa), em que o Brasil aparece nas últimas colocações, inclusive em física. Os testes do Pisa enfatizam mais o uso da informação do que a lembrança da informação em si, algo em que o aluno brasileiro se destaca.

O certo seria, talvez, escrever livros "didáticos" menos didáticos e mais motivadores, que estimulassem a curiosidade e fossem mais relacionados com a vida futura de nossos alunos. Alguns dos livros que avaliei mal estimulam o aluno a virar a página para o próximo tópico, muito menos poderiam seduzi-lo a se dedicar ao assunto o resto da vida.

Vamos fazer um simples teste entre 1 000 alunos e descobrir quantos jogaram fora seus livros didáticos após a formatura e quantos os guardaram como o primeiro volume de uma grande biblioteca sobre o assunto. Isso nos diria quais os livros didáticos que de fato estimularam nossa curiosidade, o objetivo principal do ensino moderno.

Stephen Kanitz é administrador por Harvard (www.kanitz.com.br)
Revista Veja, Editora Abril, edição 1826, ano 36, nº 43 de 29 de outubro de 2003, página 20

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Assistência religiosa a adolescentes infratores no Mato Grosso do Sul tem predomínio das Igrejas Evangélicas

As igrejas evangélicas "têm predomínio, em todo o estado do Mato Grosso do Sul, na assistência religiosa nas Unidades de Educacionais de Internação (Uneis) destinados a adolescentes infratores". A declaração é do governo estadual e se baseia em pesquisa realizada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) por meio do Programa Escola de Conselhos (Preae/UFMS), com o governo federal e o Instituto de Estudos da Religião (Iser).
Diz o informe, reproduzido e aprimorado pelo jornal Correio do Estado, da capital, Campo Grande: "Segundo o levantamento, atualmente três religiões desenvolvem assistência dentro das unidades educacionais do Estado. Dentre elas, a Protestante/Evangélica tem grupos instalados em todas as oito Uneis. A Católica em 37,5%, equivalente a três unidades e a espírita, 25%, presente em duas Uneis. Os grupos religiosos são 19, correlatos a 15 instituições (igrejas) mapeadas, distribuídas pelas tradições religiosas presentes atualmente. A Assembléia de Deus lidera com três grupos atuantes, seguida pelo Ministério Templo de Missões Êxodo e do Evangelho Quadrangular, com dois grupos cada. Demais igrejas como Peniel, Presbiteriana Independente do Brasil, Capela São Vicente Paloti, Paróquia Senhor do Bonfim, Pastoral São João Bosco, Escola da Bíblia, Igreja do Nazareno, Centro Espírita Anália Franco, Grupo Assistencial Espírita "A Candeias" e o Grupo da Fraternidade Espírita José Xavier, trabalham com apenas um grupo".

"A pesquisa foi realizada entre os meses de março e abril do ano passado em unidades de internação, localizadas nos municípios de Campo Grande, Corumbá, Dourados, Ponta Porã e Três Lagoas. O trabalho em Mato Grosso do Sul foi coordenado pela integrante do Programa Escola de Conselho da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), psicóloga Sandra Amorim. Ela lembra que as atividades religiosas são um direito de quem está na privação de liberdade e é garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). "Mato Grosso do Sul foi um dos Estados escolhidos por ser referência ao trabalho que vem sendo desenvolvido nas Uneis, com cursos de formação continuada, cadastro de entidades religiosas nas unidades, entre outros", disse.

O reconhecimento da importância deste trabalho também foi ressaltado pela gestora de ações socioeducacionais Simone Menezes de Faria: "Atividades dessa natureza são muito importantes porque trabalham a situação atual dos adolescentes, falam sobre suas vidas e fortalecem suas crenças e valores".

Fonte:
Correio do Estado/ Governo do Estado